Amores Ruins, por Verginia Grando
Neste 2024 iniciamos uma série de entrevistas produzidas em vídeo aqui no nosso laboratório gráfico. A ideia é conversar com autores, tradutores, ilustradores etc sobre nossos livros e pela sua perspectiva particular. A série se chama Um livro por.
A primeira aventura foi Amores Ruins, por Verginia Grando. A autora falou um pouco sobre sua escrita, a construção dos contos, o que encontramos no livro e mais. Uma conversa sensacional e que já está disponível tanto no nosso Instagram quanto no nosso canal no YouTube. E agora você recebe também esse conteúdo aqui na nossa newsletter:
Fúria de Inverno e Pilar Bu
Inspirados pela
e sua resenha de Fúria de Inverno, convidamos a autora Perla Suez a responder algumas perguntas sobre seu livro. Acompanhe a entrevista exclusiva:Assisti a um vídeo no qual você fala sobre a semelhança de tecer uma blusa com a criação de uma história. Poderia falar um pouco sobre como foi tecer a história de Luque?
Fúria de inverno, a novela, nasceu de uma necessidade quase impossível de entender a violência, a corrupção e a brutalidade com que o poder se move nesses tempos tão escuros.
Uma história nasce sempre de uma pergunta, de um questionamento, de uma preocupação. Eu sabia desde o começo que o personagem de Luque estava condenado desde o início da narrativa a buscar uma saída que não existia para ele. Com essa ideia comecei a tecer com afinco a novela.
Algumas coisa eu já sabia antes de começar a escrevê-la, sabia que teria que contar a história de Luque, sabia que não queria que ele se salvasse porque seria trair o que acontece na realidade, sabia que seu personagem estava condenado desde o começo a não ser ninguém; assim como também imaginei sua busca inútil em ser alguém.
Fui tecendo sua orfandade, sua história familiar, sua infância atormentada em fragmentos, tratando de encaixar cada um deles em uma estrutura que pressentia desde que comecei a escrevê-la.
Ao amarrar a sua história, tinha a incerteza, a mesma que tem o personagem, de encontrar uma saída. Sabia que algumas pequenas portas se abririam para ele pelo caminho, mas teria sido uma utopia escapar de sua tortuosa e incerta existência. Tentei revelar através do personagem Luque, simbolicamente, esta humanidade destinada à marginalidade e à morte. São seres para a morte, a sociedade se encarrega de convertê-los nisso.
Definitivamente, isso faz Luque ser sombrio, impenetrável, como tantos outros espreitados por um mundo miserável.
Sobre o final do livro, foi algo que sabia desde o começo ou apareceu durante o processo de escrita?
No momento de começar a escrever uma história, no princípio, penso no final. Isso não significa que esse final se sustente e que não vai mudar depois.
No caso de Fúria de Inverno, tinha também as datas. Sabia o que aconteceu naquele dia, naquele ano e nesta hora na cidade de Buenos Aires.
Quando terminei o livro fiquei com a sensação que o passado é algo que não podemos escapar. Em algum momento temos que enfrentá-lo. É isso mesmo?
Totalmente de acordo. No caso de Luque, quando se abre uma oportunidade ele não pode aceitá-la, a possibilidade de aceitar uma saída parecia perturbá-lo, por isso segue andando.
Temos que confrontar o passado, se tivermos o privilégio e a oportunidade de fazê-lo.
Perla Suez nasceu em Córdoba, Argentina, em 28 de novembro de 1947 e começou sua carreira trabalhando com literatura para jovens em oficinas e centros culturais. Nos anos 1980, iniciou sua trajetória como escritora de ficção com o livro infantil El vuelo de Barrilete y otros contos. Em 2015, escreveu El país del diablo, com o qual ganhou o Prêmio Sor Juana Inés de La Cruz, que reconhece a excelência do trabalho literário de mulheres em idioma espanhol da América Latina e do Caribe, e o Prêmio Internacional de Novela Rómulo Gallegos. Fúria de Inverno foi lançado na argentina em 2019 e é o primeiro livro de Perla Suez publicado no Brasil.
Não esqueça de conferir a resenha no Vértebra Latina:
Recados do Zoca
A FLICU é linda! Dia 19 de maio de 2024 acontece a 1ª Feira Literária de Curitiba! Para saber mais leia o conto Jogando cartas com T.S. Eliot, no livro A Peça Intocada, de Luci Collin (Arte & Letra, 2017).
A livraria tem novidades: chegaram novos quadrinhos da editora Ugra Press, venha conferir!
O livro Onde Cantam as Baleias, da colombiana Sara Jaramillo Klinkert, começa a ser impresso no nosso laboratório em risografia em março.
O livro Duas Desventuras, de Robert Louis Stevenson, voltou para o estoque. Esta edição faz parte da Coleção Alfaiate, com capa em serigrafia sobre tecido, costurados a mão e montados um a um.